Pages

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Identidade Policial


Este trabalho tem por objetivo, a análise das diferenças, os prós e contras da Corporação da Polícia Militar no Brasil, expondo o por quê dessa imagem deteriorada, negada e percebida como negativa ultimamente, criando um grupo único na sociedade, de pessoas destemidas, capazes de perder a vida em seu trabalho. Veremos a frente, visões diferentes sobre esses homens, com pessoas de dentro da corporação, leigos, radicalistas entre outros.
Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia), e passou para o latim (politia), com o mesmo sentido: "governo de uma cidade, administração, forma de governo”, a ideia de polícia surgiu em 1500, quando D. João III resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias, outorgando uma carta régia a Martim Afonso de Souza para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse.
Com o tempo, essa corporação se transformou no que vemos hoje, um grupo que muitas vezes passa medo, e não segurança para a população, agindo por impulso e como se fossem a mão que julga. A má imagem da PM, na visão da sociedade, dá-se principalmente pelo grande histórico de corrupção e conduta antiética e muitas vezes agressora dos direitos humanos. A identidade da policia vem sendo manchada diariamente pelas notícias publicadas a respeito de diversos atos que vão contra o objetivo principal da polícia, de trazer a segurança à população. Ao contrário disso, a sociedade vem enxergando cada vez mais a policia como uma entidade ameaçadora, corrupta, arrogante e que age com agressão extrema e desnecessária na maioria das vezes.
Dentre as ações ilegais, de que temos ciência, podemos citar: porte ilegal de arma em algumas ações específicas; envolvimento, parceria e omissão no tráfico de drogas, animais e diversas modalidades; uso da violência extrema sem real motivo (mesmo quando a vida não está em jogo) e ações movidas por preconceito e pré-julgamento. Há uma linha tênue entre o uso da força pelo Estado e os Direitos Humanos que pode levar o profissional de segurança pública a ser responsabilizado por sua conduta, quer no plano jurídico interno, quer no externo. Cuida-se em demonstrar a relevância de conceitos como pacto, poder, violência e liberdade, estabelecendo os fundamentos para a relação entre indivíduo e Estado, originando princípios para a Administração Pública a serem obedecidos em decorrência das características ou atributos do Poder de Polícia com relação à atividade policial, bem como o limite legal e o da dignidade humana.
 O pré-conceito, não apenas o racial nasce do entendimento deturpado de que “fulano” é superior a “beltrano” por conta de sua cor, de sua opção sexual, de seu status social, e tantos outros parâmetros usados para medir e justificar a opressão e a dor imposta ao outro, ao diferente.
E olhando para a instituição Policia Militar, é preciso perceber que as ações individuais de seus membros, ainda que recorrentes, não são institucionalizadas, ou seja, não são passadas nos cursos de formação, nas regras de conduta interna. Muito pelo contrário, baseado na Constituição Cidadã, os regramentos internos das Polícias, estabelecem que todo policial deve “tratar a todos igualmente”. Então, por que as cenas de violência contra negros praticadas por policiais acontecem cada vez mais? Esse sentimento histórico é ampliado pelas ações desastrosas de preconceitos de alguns de seus integrantes, que, desmerecendo a Corporação e o juramento que realizaram, no qual prometeram “proteger a sociedade (sem discriminações), mesmo com o risco da própria vida…”. O policial que age com ferocidade diante de um fato, motivado pela cor da pessoa envolvida, não aprendeu essa atitude na Corporação. Ele já alimentava esses sentimentos e, usando uma farda da polícia, encontrou lugar para ampliar, injustificadamente os seus sentimentos e atitudes.
Quanto à farda, um policial nunca se afasta dos seus deveres funcionais, tanto que seu regime de serviço não se iguala ao do Servidor Público, pois juridicamente o PM é Militar Estadual, estando em ação 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse é um fator que tem causado um caos principalmente no Estado de São Paulo nos últimos dias, com a morte de dezenas de policiais fora de seu horário de serviço, causando revolta entre a população e completa insegurança até mesmo entre as pessoas as quais deveriam nos proteger.
Essa insegurança faz com que caminhos “mais curtos” sejam traçados, surgindo, por exemplo, a corrupção, que faz com que policiais subam até as bocas de fumo, apenas para buscar uma parte do dinheiro da venda ao invés de combater o tráfico, “se podemos lucrar com isso, por que vou arriscar minha vida?”, geralmente esse é o pensamento destes homens, e não para por ai, vemos diversos tipos de corrupção, como em estradas, blitz e até junto a governos e governantes, aliás, os governos ultimamente utilizam o poder da policio em prol de interesses próprios, fazendo grandes ações para que partidos possam ficar bem perante seu eleitorado.
Um ótimo meio de se enxergar isso de um jeito nu e cru, é o consagrado filme “Tropa de Elite” e “Tropa de Elite 2”, de José Padilha, que cospe na sociedade toda relação entre estado e policia, entre o cidadão de bem e a policia, governo e seus interesses.
A seguir, temos o primeiro episódio do programa Papo de Polícia, apresentado pela rede Multishow, onde o policial Roberto Chaves passa sete dias morando no complexo do alemão, vendo o outro lado da história, e nos mostrando o contraste entre as ramificações da policia e a sociedade...

Notamos que as policias agem de formas diferentes, e a população sente isso cada vez mais, e estando Roberto Chaves do outro lado, percebe como isso afeta a vida de cada um, com base nisso, coletamos respostas de pessoas que participaram e participam da corporação (nomes serão omitidos) e também de pessoas de fora, entre esses, leigos e estudiosos, seguem perguntas e respostas mais relevantes:

O que te levou a escolher essa profissão?
(Policial na ativa): “Sempre admirei a profissão. A disciplina, a educação, o militarismo em si e o fato de proteger a sociedade me levaram a fazer esta escolha. Procurava superação, auto conhecimento e adrenalina e é o que a corporação me proporciona hoje. É um sonho realizado e uma honra envergar a farda da polícia militar.”

Como se ao tirar a vida de uma pessoa?
(Policial na ativa): A pior possível, pois nossa função é preservar vidas, e não tirá-las.
(Policial aposentado): A primeira vez que matamos alguém é horrível, depois da terceira vez não lembramos mais do primeiro. Quando isso ocorreu pela primeira vez foi para defender a vida de um colega de trabalho, era o bandido ou meu colega.
O que se vê de errado dentro da corporação?
(Policial aposentado): Alguns Deles são usuários de drogas, com isso ocorre o trafico de drogas, alguns roubam, bebem, fumam em serviço, atitudes que envergonham a parte dos policiais honestos que cumprem com seu dever.
(Policial na ativa): Hoje em dia, dentro da corporação, tudo acontece muito escondido, por baixo dos panos, mas na rua é comum nós vermos o abuso de poder, muita gente de bem acaba sofrendo com isso.
O que acham sobre a profissão de policial, como os veem?
(Leigo): Acho uma profissão necessária e essencial para a segurança da população, porém, com a grande divulgação na mídia de policiais corruptos, eu os vejo hoje com certa desconfiança, o que faz eu me sentir desprotegida dentro da sociedade. Por outro lado, acho que esta profissão é pouco valorizada pelos governantes, com baixa remuneração, o que leva alguns desses profissionais a procurarem outros caminhos. Será necessário uma campanha de valorização desses profissionais e um combate firme contra os policiais corruptos.

Fundamentando melhor as visões da sociedade, ouvimos também a opinião de Fhoutine Marrie e Dávius Sampaio, ambos professores universitários.
Segundo Fhoutine, o melhor para a sociedade é que não haja polícia, uma vez que os mesmo servem atualmente para julgar e pré julgar todos. Quanto mais policial, mais divisão social, essa “proteção” que temos hoje é completamente despreparada, e ainda apoiada pelo governo, encarando as pessoas de classe baixa, como possíveis delinquentes. O correto seria um senso comum entre a população, onde entre eles, todos fossem julgados, e se preciso condenados.

Ouça entrevista na íntegra: 

Segundo Dávius, a policia ideal seria desarmada, para ele, o que impõe respeito sobre os bandidos, são as armas, não a autoridade policial, todo o sistema está errado, policiais são treinados para atirar melhor, imobilizar com maior eficácia, deixando de lado o intelecto. Policiais de elite arriscam suas vidas para prender crianças emergentes no tráfico, deixando os grandes poderes á solta. Todo o sistema deveria ser reformulado, não apenas a policia, desde a base de ensino, passando pelo governo e finalmente á policia.

Ouça entrevista na íntegra: 


As polícias não devem ser vistas como inimigas da sociedade, conforme muitas vezes são postas publicamente. Ela não é causa da violência, mas consequência dela e, por isto, precisa ser conhecida quanto às suas destinações e necessidades de atuar conforme se deparam as situações que enfrenta e que precisam ser resolvidas por imposição da lei e do interesse individual ou coletivo. A violência policial deve ser encarada como algo que está sempre presente na vida dos profissionais que atuam na área, e na maioria dos casos tal como se apresenta, necessária pela sua legalidade que impõe a defesa da sociedade e do próprio agente. Não deve ser confundida nem generalizada com atos de desvio de conduta que acometem alguns profissionais, nem estes delitos devem ser considerados como regras a ponto de acharmos que fatos isolados são a prática que norteia todas as corporações. Nenhum policial nasce como tal. Ele é um ser humano como qualquer outro que pertence à mesma sociedade e, assim, dotado dos mesmos defeitos e virtudes.
            Por fim, a solução de problemas de segurança pública não está afetando unicamente às polícias, mas a todos os segmentos da sociedade que precisam envolver-se nas questões tendo a consciência da importância que seu trabalho representa na condução de cada ação que desempenha.

Grupo:
Janine Paszkowski
Juliana Petená
Nivea Cristina
Priscila Soave
Roberto Guissi
Viviana Carvalho

0 comentários:

Postar um comentário