Este trabalho tem por objetivo, a
análise das diferenças, os prós e contras da Corporação da Polícia Militar no
Brasil, expondo o por quê dessa imagem deteriorada, negada e percebida como
negativa ultimamente, criando um grupo único na sociedade, de pessoas
destemidas, capazes de perder a vida em seu trabalho. Veremos a frente, visões
diferentes sobre esses homens, com pessoas de dentro da corporação, leigos,
radicalistas entre outros.
Polícia é um vocábulo
de origem grega (politeia), e passou para o latim (politia), com o mesmo
sentido: "governo de uma cidade, administração, forma de governo”, a ideia
de polícia surgiu em 1500, quando D. João III resolveu adotar um sistema
de capitanias hereditárias, outorgando uma carta régia a Martim Afonso de Souza
para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de
ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse.
Com o tempo, essa
corporação se transformou no que vemos hoje, um grupo que muitas vezes passa
medo, e não segurança para a população, agindo por impulso e como se fossem a
mão que julga. A
má imagem da PM, na visão da sociedade, dá-se principalmente pelo grande
histórico de corrupção e conduta antiética e muitas vezes agressora dos
direitos humanos. A identidade da policia vem sendo manchada diariamente pelas
notícias publicadas a respeito de diversos atos que vão contra o objetivo
principal da polícia, de trazer a segurança à população. Ao contrário disso, a
sociedade vem enxergando cada vez mais a policia como uma entidade ameaçadora,
corrupta, arrogante e que age com agressão extrema e desnecessária na maioria
das vezes.
Dentre as ações ilegais, de que temos ciência,
podemos citar: porte ilegal de arma em algumas ações
específicas; envolvimento, parceria e omissão no tráfico de drogas,
animais e diversas modalidades; uso da violência extrema sem real motivo
(mesmo quando a vida não está em jogo) e ações movidas por preconceito e
pré-julgamento. Há
uma linha tênue entre o uso da força pelo Estado e os Direitos Humanos que pode
levar o profissional de segurança pública a ser responsabilizado por sua
conduta, quer no plano jurídico interno, quer no externo. Cuida-se em
demonstrar a relevância de conceitos como pacto, poder, violência e liberdade,
estabelecendo os fundamentos para a relação entre indivíduo e Estado,
originando princípios para a Administração Pública a serem obedecidos em
decorrência das características ou atributos do Poder de Polícia com relação à
atividade policial, bem como o limite legal e o da dignidade humana.
O pré-conceito, não apenas
o racial nasce do entendimento deturpado de que “fulano” é superior a
“beltrano” por conta de sua cor, de sua opção sexual, de seu status social, e
tantos outros parâmetros usados para medir e justificar a opressão e a dor
imposta ao outro, ao diferente.
E olhando para a instituição Policia Militar, é
preciso perceber que as ações individuais de seus membros, ainda que
recorrentes, não são institucionalizadas, ou seja, não são passadas nos cursos
de formação, nas regras de conduta interna. Muito pelo contrário, baseado na
Constituição Cidadã, os regramentos internos das Polícias, estabelecem que todo
policial deve “tratar a todos igualmente”. Então, por que as cenas de violência
contra negros praticadas por policiais acontecem cada vez mais? Esse sentimento
histórico é ampliado pelas ações desastrosas de preconceitos de alguns de seus
integrantes, que, desmerecendo a Corporação e o juramento que realizaram, no
qual prometeram “proteger a sociedade (sem discriminações), mesmo com o risco
da própria vida…”. O policial que age com ferocidade diante de um fato,
motivado pela cor da pessoa envolvida, não aprendeu essa atitude na Corporação.
Ele já alimentava esses sentimentos e, usando uma farda da polícia, encontrou
lugar para ampliar, injustificadamente os seus sentimentos e atitudes.
Quanto à farda, um policial nunca se
afasta dos seus deveres funcionais, tanto que seu regime de serviço não se
iguala ao do Servidor Público, pois juridicamente o PM é Militar Estadual,
estando em ação 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse é um fator que tem
causado um caos principalmente no Estado de São Paulo nos últimos dias, com a
morte de dezenas de policiais fora de seu horário de serviço, causando revolta
entre a população e completa insegurança até mesmo entre as pessoas as quais
deveriam nos proteger.
Essa insegurança faz com que caminhos “mais
curtos” sejam traçados, surgindo, por exemplo, a corrupção, que faz com que
policiais subam até as bocas de fumo, apenas para buscar uma parte do dinheiro
da venda ao invés de combater o tráfico, “se podemos lucrar com isso, por que
vou arriscar minha vida?”, geralmente esse é o pensamento destes homens, e não
para por ai, vemos diversos tipos de corrupção, como em estradas, blitz e até
junto a governos e governantes, aliás, os governos ultimamente utilizam o poder
da policio em prol de interesses próprios, fazendo grandes ações para que
partidos possam ficar bem perante seu eleitorado.
Um ótimo meio de se
enxergar isso de um jeito nu e cru, é o consagrado filme “Tropa de Elite” e
“Tropa de Elite 2”, de José Padilha, que cospe na sociedade toda relação entre
estado e policia, entre o cidadão de bem e a policia, governo e seus interesses.
A seguir, temos o primeiro episódio do
programa Papo de Polícia, apresentado pela rede Multishow, onde o policial
Roberto Chaves passa sete dias morando no complexo do alemão, vendo o outro
lado da história, e nos mostrando o contraste entre as ramificações da policia
e a sociedade...
Notamos que as policias agem de formas
diferentes, e a população sente isso cada vez mais, e estando Roberto Chaves do
outro lado, percebe como isso afeta a vida de cada um, com base nisso, coletamos
respostas de pessoas que participaram e participam da corporação (nomes serão
omitidos) e também de pessoas de fora, entre esses, leigos e estudiosos, seguem
perguntas e respostas mais relevantes:
O que te levou a escolher essa
profissão?
(Policial na ativa): “Sempre admirei a
profissão. A disciplina, a educação, o militarismo em si e o fato de proteger a
sociedade me levaram a fazer esta escolha. Procurava superação, auto
conhecimento e adrenalina e é o que a corporação me proporciona hoje. É um
sonho realizado e uma honra envergar a farda da polícia militar.”
Como se ao tirar a vida de uma pessoa?
(Policial na ativa): A pior possível, pois
nossa função é preservar vidas, e não tirá-las.
(Policial aposentado): A primeira vez que
matamos alguém é horrível, depois da terceira vez não lembramos mais do
primeiro. Quando isso ocorreu pela primeira vez foi para defender a vida de um
colega de trabalho, era o bandido ou meu colega.
O que se vê de errado dentro da
corporação?
(Policial aposentado): Alguns Deles são
usuários de drogas, com isso ocorre o trafico de drogas, alguns roubam, bebem,
fumam em serviço, atitudes que envergonham a parte dos policiais honestos que cumprem
com seu dever.
(Policial na ativa): Hoje em dia, dentro da
corporação, tudo acontece muito escondido, por baixo dos panos, mas na rua é
comum nós vermos o abuso de poder, muita gente de bem acaba sofrendo com isso.
O que acham sobre a profissão de
policial, como os veem?
(Leigo): Acho uma profissão necessária e
essencial para a segurança da população, porém, com a grande divulgação na
mídia de policiais corruptos, eu os vejo hoje com certa desconfiança, o que faz
eu me sentir desprotegida dentro da sociedade. Por outro lado, acho que esta
profissão é pouco valorizada pelos governantes, com baixa remuneração, o que
leva alguns desses profissionais a procurarem outros caminhos. Será necessário
uma campanha de valorização desses profissionais e um combate firme contra os
policiais corruptos.
Fundamentando melhor as visões da sociedade,
ouvimos também a opinião de Fhoutine Marrie e Dávius Sampaio, ambos professores
universitários.
Segundo Fhoutine, o melhor para a sociedade é
que não haja polícia, uma vez que os mesmo servem atualmente para julgar e pré
julgar todos. Quanto mais policial, mais divisão social, essa “proteção” que
temos hoje é completamente despreparada, e ainda apoiada pelo governo,
encarando as pessoas de classe baixa, como possíveis delinquentes. O correto
seria um senso comum entre a população, onde entre eles, todos fossem julgados,
e se preciso condenados.
Ouça entrevista na íntegra:
Segundo Dávius, a policia ideal seria desarmada,
para ele, o que impõe respeito sobre os bandidos, são as armas, não a
autoridade policial, todo o sistema está errado, policiais são treinados para
atirar melhor, imobilizar com maior eficácia, deixando de lado o intelecto.
Policiais de elite arriscam suas vidas para prender crianças emergentes no
tráfico, deixando os grandes poderes á solta. Todo o sistema deveria ser
reformulado, não apenas a policia, desde a base de ensino, passando pelo
governo e finalmente á policia.
Ouça entrevista na íntegra:
Ouça entrevista na íntegra:
As
polícias não devem ser vistas como inimigas da sociedade, conforme muitas vezes
são postas publicamente. Ela não é causa da violência, mas consequência dela e,
por isto, precisa ser conhecida quanto às suas destinações e necessidades de
atuar conforme se deparam as situações que enfrenta e que precisam ser
resolvidas por imposição da lei e do interesse individual ou coletivo. A
violência policial deve ser encarada como algo que está sempre presente na vida
dos profissionais que atuam na área, e na maioria dos casos tal como se apresenta,
necessária pela sua legalidade que impõe a defesa da
sociedade e do próprio agente. Não deve ser confundida nem generalizada com
atos de desvio de conduta que acometem alguns profissionais, nem estes delitos
devem ser considerados como regras a ponto de acharmos que fatos isolados são a
prática que norteia todas as corporações. Nenhum policial nasce como tal. Ele é
um ser humano como qualquer outro que pertence à mesma sociedade e, assim,
dotado dos mesmos defeitos e virtudes.
Por fim, a solução de problemas de
segurança pública não está afetando unicamente às polícias, mas a todos os
segmentos da sociedade que precisam envolver-se nas questões tendo a
consciência da importância que seu trabalho representa na condução de cada ação
que desempenha.
Grupo:
Janine
Paszkowski
Juliana
Petená
Nivea
Cristina
Priscila
Soave
Roberto
Guissi
Viviana
Carvalho
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