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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Brancos no movimento Black


Com certeza você já deve ter ouvido a frase “Ninguém vive sozinho”, pois é, ela trata de uma
realidade na sociedade. As pessoas sentem a necessidade de interagir com outras, formando
as tribos sociais que se diferem de acordo com os interesses de cada grupo, ou seja, pelas
identidades culturais.

Aqui iremos falar do Movimento Black e as influências de pessoas que fazem parte dessa
identidade cultural.

Quando falamos sobre o Movimento Black, logo pensamos em negros que possuem um estilo
descolado e lutam contra o preconceito, porém poucos sabem, mas há brancos dentro desse
Movimento.

Essa informação nos traz certa estranheza, mas devemos partir do princípio: O que é ser
negro? . Ser negro vai muito além da cor da pele, pois históricamente possuem uma cultura
própria. Originalmente, os costumes negros tiveram que ser escondidos por conta dos
colonizadores que impunham suas culturas para os negros escravos. Com o passar da história,
a cultura negra, foi se disseminando e fortalecendo. Ainda usufruindo de fatos históricos, é
válido lembrar que haviam brancos que também eram escravos, como filhos de escravas com
os senhores, ou seja, a originalidade dos direitos do negro também eram exercidas por alguns
brancos, com certeza a minoria, porém uma minoria existente.

Do empenho pelos direitos do negro, nasceu o Movimento Black, manifestado pela aceitação
de sua cultura e pela luta contra o racismo.

Com essa base histórica já podemos identificar a razão pela qual há pessoas brancas dentro
do Movimento Black.O dançar samba rock, ragga, jogar capoeira, se reunir para realizar
rodas de samba, não devem necessariamente, ser realizados por negros, mas são costumes
culturalmente negros.

Como foi dito no inicio, as pessoas sentem a necessidade de estarem inseridas em algum
grupo na sociedade, e com certeza têm alguma influência que faz com que essa inserção seja
algo natural.

Contudo, ser negro não é somente a cor da pele, mas sim uma identidade cultural. Não
é apenas, a luta contra o preconceito mas sim um estilo de vida, cercado de costumes e
tradições.

Realizamos uma pesquisa com pessoas que possuem o Movimento Black como identidade
cultural. Utilizamos como critério apenas a cor da pele para essa pesquisa com o intuito de
investigar se a forma de influência entre as pessoas de pele negra e de pele branca, dentro de
um mesmo movimento, se divergia. Veja parte dos depoimentos abaixo:

PELE NEGRA:

Entrevistado: Victor Chagas, 19 anos.

“Acho que não tive incentivo para entra no movimento negro, até porque o movimento negro

está quase deixando de existir, na minha opinião. Falo isso porque essa onda de movimento
negro existia quando a "negrada" se juntava não só pra dançar, mas sim para protestar e
pensar de forma produtiva. Hoje em dia, até o nosso mais claro e conhecido evento em prol da
cultura negra, que é a Feira Preta, não tem, entre a maioria dos negros a funcionalidade que
deveria ter e acaba virando só mais um lugar pra dançar e pra colocar roupas mirabolantes
que deixam a mostra o desejo de um negro querer ser mais aparecido que o outro, mesmo
não sendo esse é o intuito. Portanto acredito que aquele início de ideias que defendiam um
movimento negro brasileiro, com forças parecidas com o movimento negro estadunidense,
não existiu e não existira enquanto boa parte dos negros se preocupar apenas com festas
e curtição, achando que isso é levar a cultura e suas ideia à frente. O que tive, e acredito
que tivemos, foi a uma força dos nossos pais, avôs e etc, para que nunca deixássemos que
a sociedade nos tirasse o orgulho de ser negro e de ouvir e fazer coisas que são culturais do
negro, isto em uma cultura antiga ou em uma cultura recém-formada. [...] Meus momentos de
alegria tem tudo a ver com a minha cor. O fato de eu ir para um samba ( samba de verdade.
tradicional. nada comercial), capoeira, cantar em momentos de alegria, juntar a família em
muitos momentos, são culturalmente atos negros e isso vem acontecendo desde que eu sou
muito novo.

Acredito que todo negro já passou por uma experiência preconceituosa.”



Entrevistado: Melissa Gibson, 20 anos.

“Minha influência? É de berço. Desde de pequena escuto samba junto com meu pai (que
também é negro), que colocava o som alto em casa. Meus sempre me ensinaram e ter orgulho
do jeito que eu sou. [...] Eu tenho um primo músico, que toca samba, e eu sempre saía para
ver ele tocar, acho que ele me influenciou também.

Participei do Negros.com que era um grupo do facebook, onde discutíamos sobre o
preconceito racial. Nesse grupo haviam alguns brancos que se identificavam com a cultura
negra e assim, tornaram membros do grupo. No inicio era muito divertido, marcávamos
encontros e tínhamos contato com pessoas como nós. [...] Sai do grupo pois o intuito dele
mudou”

Entrevistado: William Diaz, 31 anos

“Desde meus 12 anos danço samba rock por influência dos meus padrinhos. [...] Eu queria
fazer faculdade e sabia que só na escola pública não ia dar pra chegar, então fui ver x meios, e
entrei na Educafro aos 17 anos. Atualmente sou professor de samba rock, e tenho amigos do
meio”

Entrevistada: Ágata Moura, 22 anos

“Lembro-me de quando era pequena e frequentava festas nas casas de vizinhos onde tocava
samba rock, na companhia dos meus pais. Acho que minha influência veio desde pequena,
pois meus pais sempre gostaram de samba, samba rock e me ensinaram a ter orgulho do jeito

que sou. Os amigos deles também estavam inseridos nesse meio, ou seja, tinha essa influência
dos meus pais e dos amigos (vizinhos).

[...] Participei do Negros.com que era um grupo que discutia e lutava por interesses em
comum: Contra o racismo. Por fim, sai do grupo pois ele desvio de seu objetivo original.
Frequento alguns eventos em prol da cultura Negra, como a Feira Preta e vou a baladas Black.
Tenho amigos que possuem as mesmas influências que tive [...] ”

Link:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charme_(m%C3%BAsica)


Karina Bueno
Agnes Moura
Carolina Santos

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